Momentos Poéticos

Momentos Poéticos

terça-feira, 27 de julho de 2010



O INDIVISIVEL

Sou, o canto da mulher rendeira
Forquilha da baladeira
E as pedras de Quixadá...
Eu sou as serras, sertão e dunas
Sou a mar e a espuma
Das ondas, sempre a quebrar.

Sou o repentista e a viola
Artista, mesmo sem escola
Quem tem muito a ensinar.
Eu sou o calo das grossas mãos
Dos homens lá do sertão
Que sofrem sem a chuva chegar.

Sou o cordel e o maracatu
Eu sou a bica do Ipu
Que cai e cai sem parar.
Sou Juazeiro e Canindé
Sou o sofrimento e a fé
Que se juntam pra rezar.

Eu sou cajá, juá, umbu
Sou a carnaúba e o caju
Siriguela, jenipapo e ananá.
Pois tu sou eu e eu sou tu!
Estamos no mesmo angu!
Não há como separar.

Eu sou as tantas lagoas
Sou o leito das gamboas
Onde muitos vão pescar.
Sou a alegria sem meta
Sou o retirante poeta
Que foi, pra um dia voltar.

Estas palavras e simples versos
Que hoje aqui expresso
É apenas pra mostrar...
Que desta terra, sou e serei!
E não há decreto nem lei
Que divida, eu do meu CEARÁ.

ALQUE

Gravuras (google imagem)



Cheiro da Infância

Café de mãe
Casa encerada
Tecidos novos
Presente de natal
Óleo de máquina
Fumaça de caminhão
Missa ao domingo
Travessuras com irmãos
Brincadeiras na calçada
Tardes no quintal
Observar as nuvens
Contar estrelas
Toque do chegadinho
Correr na chuva
Apito do trem
E o medo da noite

Cris Menezes
Gravura (google imagem)

domingo, 25 de julho de 2010

HOMENAGEM - DIA DO ESCRITOR/ 25 DE JULHO



Gravura (google imagem)


JÁ NASCEMOS POETAS

Ser poeta, dele não depende...
Pois não compra e nem vende emoção.
Ao nascer já tem uma escritura...
E em letras escuras! É a sua missão.
É difícil a vida de um poeta...
Pois as retas tem outra direção!
O que hoje, pode ser sua meta...
O amanhã o deleta, com a sua razão.

E o que fazer, se não pode fugir?
É se dar, como faz o luar!
E sorrir e chorar...
Se vontade sentir.

Sou poeta, e é assim que vejo...
O barco que velejo, sei nunca irá parar.
Ele é como, o som de uma melodia,
Que é profana e vadia... Todos podem escutar.
O ruim, é ter que sentir todo dia,
Essa melancolia, pois insiste em ficar...
Por sentir as dores desse mundo,
Que nos batem bem fundo, por não podê-las curar.

ALQUE
Gravura (google imagem)

terça-feira, 20 de julho de 2010

HOMENAGEM AOS AMIGOS




Gravura (imagem google)



Amizade

Amigo...
Elo fraterno...
Elo divino...
Irmão, presente de Deus!

Cris Menezes





AMIGOS SÃO FLORES QUE ENFEITAM O PERCURSO DA VIDA!


Cris Menezes
Gravura (imagem google)

segunda-feira, 19 de julho de 2010



O CORDEL DA MINHA TERRA

Hoje, ao olhar para o dia,
Resolvi fazer um cordel,
Pra expressar a alegria,
Que sinto vendo esse céu,
Sem neblina e sem fumaça,
Onde o, beleza? É massa!
E o feio é xeleleu.

Aqui, um buraco é loca,
E uma bronca é carão.
Explodir, se diz, espoca,
E um nariz grande é ventão.
Manha chamamos de dengo,
Cabeça, pra nós é quengo,
E no ano inteiro há baião.

Sobroço é mesmo que medo,
E chá de burro é mugunzá.
Imitação é arremedo,
E regar a planta é aguar.
Rinite é estalecido,
Com hérnia, se diz, rendido,
E tirar sarro é caçoar.

Assim é a minha terra,
Que tem mar, serra e sertão.
Onde “o cabrito não berra”,
Pois nordestino é machão!
Mas não passa de fachada,
Sob essa fria camada,
Há um rio de emoção.

ALQUE

domingo, 4 de julho de 2010




VIDA RURAL

Um dia deixei o norte
Na busca de melhor sorte
E fui morar lá no sul.
Fiquei por tempo demais
Pois não encontrei o meu cais
E voltei pra o meu céu azul.

Aqui, ainda ando a esmo
Fumaça, vem do torresmo
Que faço no velho fogão
E quando a lua se resfria
Estrelas são minhas guias
Pra não haver escuridão.

Se quero tempero, busco no quintal...
E a morena tem cheiro do inicio ao final...

ALQUE
Gravura (google imagem)