INQUIETUDES NOTURNASNoites escuras e silenciosas,
Trazem-me lembranças,
De uma apavorada criança...
Pois o seu manto negro,
Trazia-me tantos medos...
E isso, hoje, ainda me alcança.
Meus ouvidos buscavam,
Sons pra quebrar tão grande vazio,
Fossem dos pingos de chuvas no telhado,
Um ladrar de um cão, mesmo distante,
O coaxar de um sapo, à procura da amante,
E o uivo do vento, em sinfonia nos galhos.
Mas, o que rompia esse silêncio noturno ou madrigal,
Era o apito do tem, anunciando sua chegada a estação,
Que ao ouvir, me trazia emoção e alegria,
Pois era a certeza que o dia logo raiaria,
Deixando pra trás toda essa escuridão.
Cris Menezes
Gravura (google imagem)