O MILAGRE
Fui ao sertão, uma semana hoje faz,
E lá, até encontrei paz,
Só não gostei da visão.
Matos secos, que da fome tem a cara,
E ainda vi paus-de-arara,
Com homens, de lotação.
Tanta poeira, entrando pelas narinas,
E eles acham que é uma sina...
Por isso, a resignação.
Mas é só a chuva cair,
E creditando às suas preces,
Ele antes de sair,
Ajoelha e agradece.
E alegre, corre para o seu roçado,
O qual já havia deixado,
Arrumado, esperando...
E junto com seus vizinhos,
Ele vira um passarinho,
Com eles, cantarolando.
E as mulheres, felizes,
Vão se emocionando.
É assim, lá no sertão!
Quando a chuva traz o verde,
Não é só da plantação
Pois acorda a emoção,
Que morria numa rede.
Alque
Gravura (google imagem)
Nenhum comentário:
Postar um comentário