Momentos Poéticos

Momentos Poéticos

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

ETERNOS INSATISFEITOS




Viver junto com a tristeza,


É comer com forte molho...


Nela, só há uma certeza:


Trará água, em cada olho...


Ela é estranha correnteza,

Que não leva, deixa presa...


Trancada com mil ferrolhos.




Vou fugir desse assunto,


Pois no final já pus ponto,


E quero todo mundo junto,


Para ouvir o que hoje conto.


É sobre o homem e a mulher,


Que ninguém sabe o que quer...


E pensando, até fico tonto.





Quem é magro, que gordura,


Quem é gordo quer perder...


O pequeno quer altura,


E o grande diz: o que fazer,


Com esse tamanho do pé?


Não arrumo uma mulher!


O resto, eu não vou dizer...





A loira quer ser morena,


E no forte sol se bronzeia,


Não pensa no seu dilema,


Quando a pele ficar feia.


Na busca pela beleza,


Vira um bife à milanesa,


Fritando, ali, na areia.





Loucura está nos cabelos!


Se for escuro, clareia,


Quando é crespo, faz novelo...


Antes usava uma meia.


E se liso o cabelo for,


Ela não lhe dar valor,


E o transforma, o cacheia.





E quando vai desbotando,


Ela também não aceita...


Não quer o tempo passando,


Sai procurando receitas...


E pra esconder sua idade,


Em nome da vaidade,


Ela a tudo se sujeita.





Reclama a boca pequena:


Se eu pudesse a cresceria!


E se for grande, é obscena,


Não sai em fotografia.

É assim, o ser humano...

Insatisfeito; e os danos,

Virão com certeza, um dia.





Se o peito é grande ela corta,

Se for pequeno, aumenta...

E mesmo ficando torta,

Crescer a bunda ela tenta.

O visual é só o que vale,

Não ver os futuros males,

Das misturas que inventa.



O homem tem a mesma visão!

Sempre se olhando no espelho...


Vai correr no calçadão,

Mesmo que doa os joelhos.

Em nome d e sua vaidade,

Corre atrás da mocidade,

Mas já está no vermelho.



E vai pra a academia,

Crescer a musculatura...

E não falta nem um dia,

Pois quer afinar a cintura...

Pensa que é um garotão,


Já sendo quase ancião,

E duro... Só a dentadura.

  

Freqüenta lojas de estética,


Passa cremes, usa cintas,

E correndo na esteira elétrica,


Ele nunca passa dos trinta.


E o cabelo, se embranquece,


Da tinta, ele nunca esquece,


Pois toda semana pinta.



E quando careca ele fica?


Esconde de todo jeito...

Puxa pra o lado, estica,

E nunca cobre direito...

Melhor é não esconder,

Mas quem sou eu pra saber,

O que cada um tem no peito!



Não passou de brincadeira,


As revelações que fiz...


E mesmo sendo verdadeiras,


Agredir ninguém não quis.


Porque a vida é momento,


Que passa como passa o vento...


E o bom mesmo é ser feliz.





                                      Alque



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