O IMPERFEITO

Há tempos tento fazer um soneto,
com as tônicas numa perfeita metragem
e aos escritos de Camões, me remeto,
mas no fim é sempre a mesma imagem...

A minha! Um modesto cordelista,
que só navega nos escuros das adegas,
onde o valor está no choro do artista...
E o que a mente diz, a boca não renega.

Será que é falta de capacidade,
por não sair um texto erudito?
Ou será essa a minha verdade?

Cada um é o dono do seu rito,
pra escrever o que tiver vontade...
Pois não podemos viver de mitos.

ALQUE
gravura (imagem google)